sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Regressando à prosa...

Após uns meses de dedicação exclusiva à poesia tomei duas decisões:
1. Descansar a poesia durante uns tempos. Uma pausa é o melhor a fazer quando nos deixamos de sentir minimamente originais.
2. Dedicar-me à prosa, não só por vontade própria como a pedido de várias famílias.

Segue-se o pequeno texto de transição.

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Cansei-me de escrever
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Fartei-me.

[E que forma tão original de começar isto, sendo isto qualquer coisa que virá a ser ou que promete ser, se algo promete.]

Cansei-me, exauri-me… Não metaforicamente falando, com nem sequer um único pingo de ironia, remetendo-me à pura constatação dos factos sensórios: sempre que escrevo enjoo.
Não enjoo o acto em si, não enjoo o deus do acto, a que chamam literatura, não enjoo os objectivos… enjoo o meu estilo de escrita, ou falta dele; as gastas e enfadonhas expressões a que recorro, e se não as escrevi antes já as pensei tantas vezes que me parecem lugares comuns; da minha falta de rumo, parecendo que só sei escrever se não tiver objectivo ou tema, assim como um vómito de palavras tortas que de escrever direito não têm nada; canso a falta de vocabulário e a insistência ou tendência natural para utilizar a primeira pessoa, e esta se não gramatical pelo menos intencional.
A solução é simples dirão, e também eu o disse: deixa de escrever. Deixei.
Como diz o povo saiu-me o tiro pela culatra e há falta de enjoos vieram as horas desesperadamente vazias a contrastar com as outras desesperadamente preenchidas de dúvidas da existência. Perdeu-se-me o equilíbrio.
Pois ora aqui estou a escrever. Decidi-me a escrever o que sai da máquina que escreve na minha cabeça, a seguir o que me manda essa máquina e a não querer saber. Acima de tudo, a não querer saber. Portanto, perante algum problema caro leitor deposite as culpas nessa dita máquina.

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