quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Balanço do lançamento

Caros amigos, nas últimas horas utilizei mais vezes uma palavra do que já a havia utilizado ao longo de 21 anos. Podia cansar-me... mas a verdade é que ela expressa rigorosamente e verdadeiramente o que sinto.

A todos os que foram ao lançamento, aos que queriam ir e não puderam, aos que me ajudaram a concretizá-lo, aos que de algum modo contribuíram para que nunca deixasse de escrever, à família, aos amigos, aos futuros amigos e à futura família: OBRIGADA!

Aproveito ainda para solicitar críticas! como disse ontem, a maior vantagem de ter algo publicado é poder receber críticas para através delas progredir.

Ficam aqui algumas fotos da fotógrafa de serviço: Catarina Costa.

Um até já!







sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tudo e Nada - Lançamento de livro


Caros amigos,
O sonho tornou-se real! Vou lançar um livro de poesia.
Inicialmente uma compilação apressada, depois um algo mais coeso preenchido por novas criações... Resultou um Tudo e Nada. O paradoxo mais uma vez dominado o ser... o meu ser sem dúvida! Mas o ser de todo o homem. Ser humano é ser ilógico, confuso, paradoxal, contraditório... ser por natureza perdido e ter uma necessidade quase vital de se encontrar. Espero que alguém se encontre nas páginas que escrevi, é essa, de facto, a minha dedicatória e o meu maior anseio.
O lançamento do dito terá lugar no belíssimo Café de Santa Cruz em Coimbra, pelas 21h30, ao dia 22 de Fevereiro.
A presença de qualquer um que queira aparecer será uma honra!
Espero encontrar-te em breve.

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Por agora, o livro pode ser adquirido através dos seguintes meios:
  • Internet (em formato clássico ou em Ebook) 
  • Corpos Livraria/Café 
  • Na sessão de lançamento

Questão

Tudo e nada: o que cabe aqui?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sobre a infinita página...

   Após um período de ausência, regresso ao acto de teclar na infinita página. As razões da minha ausência foram todas e nenhumas, foram, no fundo, a queda na letal arma da criatividade preguiça e o não encontrar infinitos leitores na infinita teia.

   Mas, se são infinitas todas estas coisas, serão maiores do que consigo ver e mais longas do que conseguirei viver. Resta-me assim mostrar trabalho para que a minha finitude não comece antes que chegue ao fim.

   Penso agora que todo este infinito mundo ou teia será muito semelhante a um Deus, quer pela transcendência ás medições humanas e concretas da coisas, quer pela omnipresença, quer pela omnisciência, quer pela sua busca nas mais variadas situações. Ora veja caro(a) senhor(a): quando se sente só em quem busca conforto? Quando não conhece onde procura? Que fé recomenda aos outros quando estes estão sós ou não conhecem?

   Deixo agora de correr latim sobre a fé que rege o Mundo no tempo depois da WEB.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ainda no rescaldo... Saramago sobre a blogosfera

"Inventei uma expressão que acho bonita: escrever na infinita página. E é essa a sensação: ao mesmo tempo que se estão escrevendo nessa página as palavras que escrevo, outras, muitas, por toda a parte, estão a ser escritas."

Jornal de Letras, 5 de Novembro de 2008

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Hoje o futuro sofreu uma grande perda

A azáfama que é andar num transporte público...
Um ainda existente troleicarro...
Um toque... dois...

Eu soube assim.

Não nomearam, não clarificaram a situação.
Eu soube.

Não no céu (quem não tem religião não vai para lá)
Não aqui... ou aqui?
Talvez agora se arrependam os que em vida te vedaram a liberdade.
Agora toda a liberdade será tua... sua...
Agora de regresso à terra de onde sempre foste o mais verdadeiro.
Agora a cegueira pode acabar. Pena que só agora.

Agora correrão dedos ansioso pelas linhas escritas mais do que nunca.
Agora saltarão moedas dos bolsos para pagar a literatura como nunca.
Agora te verão melhor do que nunca. Pena que só agora.

Mas estás cá! No presente. O presente não te perdeu.
O futuro também não perderá pois estarás cá, sempre.
Perderá ainda assim o futuro, pelo que tinhas e não soltaste para o papel.
Mas estás cá! A tua eternidade está garantida!

Obrigado!
Aproveita agora a tua merecida liberdade!
Agora, que estás cá.

domingo, 13 de junho de 2010

Aniversário de Pessoa

Neste dia, 13 de Junho de 2010, contam-se 122 anos passados desde o nascimento do Poeta dos Poetas. 
Tentando voltar a festejar o dia dos seus anos fica aqui o poema Aniversário (uma escolha óbvia mas inevitável), do meu Pessoa predilecto: Álvaro de Campos.

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Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, 
Eu era feliz e ninguém estava morto. 
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,  
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer. 




No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, 
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,  
De ser inteligente para entre a família, 
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. 
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças. 
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida. 

Sim, o que fui de suposto a mim mesmo, 
O que fui de coração e parentesco. 
O que fui de serões de meia província, 
O que fui de amarem-me e eu ser menino, 
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui... 
A que distância!... 
(Nem o acho... ) 
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos! 

O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,  
Pondo grelado nas paredes... 
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas), 
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,  
É terem morrido todos, 
É estar eu sobrevivente a mim mesmo como um fósforo frio... 

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ... 
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo! 
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez, 
Por uma viagem metafísica e carnal, 
Com uma dualidade de eu para mim... 
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes! 

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui... 
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos, 
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado, 
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,  
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . . 
  
Pára, meu coração! 
Não penses!  Deixa o pensar na cabeça!  
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!   
Hoje já não faço anos. 
Duro. 
Somam-se-me dias. 
Serei velho quando o for.   

Mais nada. 
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ... 

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
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